Brumadinho: O que a gestão deve aprender com a tragédia?

Diante da tragédia ocorrida em Brumadinho – MG, o Adm. Wallace Vieira, presidente do CRA-RJ, produziu um artigo onde fala sobre as prioridades, após o fato, e destaca o que é necessário ser feito para evitar acontecimentos semelhantes no futuro.

O rompimento da barragem, pertencente à empresa de mineração Vale, em Brumadinho (MG), lançou uma avalanche de rejeitos e lama, destruindo casas, fauna, flora locais e assassinando pessoas, além de poluir o rio Paraopeba.  Até o momento, já foram identificados 114 mortos e há 205 desaparecidos.

Para o Adm. Wallace Vieira, além da capacidade gestora, é preciso ter humanidade quanto ao tratamento dos colaboradores sobreviventes e familiares das vítimas fatais. Ele também destaca que, a partir dessa terrível experiência, mostra-se necessária uma reavaliação minuciosa do futuro das barragens das mineradoras no país, bem como a própria forma de extração do minério.

“É preciso que todo o conselho administrativo dessas grandes organizações se movimente e seja extremamente eficaz no combate a esta crise. É preciso focar no que deve ser feito daqui para frente a fim de respeitar as leis ambientais, o meio em que cada barragem está inserida e, acima de tudo, aqueles que estão trabalhando. Este, sem dúvidas, foi o maior acidente de trabalho de toda a história brasileira”, declara o presidente.

A tragédia em Brumadinho aconteceu três  anos após o desastre ambiental em Mariana (MG), em 2015, sob responsabilidade da Samarco. Nos dois locais era utilizada a forma de construção de barragem a montante, consideradas mais propensas a rompimentos, e o mesmo método é utilizado em cerca de 130 outras barragens ao redor do país e algumas tão ou mais prejudicadas do que as de Minas Gerais, e que precisam ser vistoriadas e analisadas pelos respectivos órgãos de controle.

“É imprescindível que esta tragédia seja um marco, um turn point para que a gestão das empresas responsáveis passe a enxergar de forma clara que a segurança e a infraestrutura destas construções devem ser alvo de projetos, programas e de constantes vistorias e manutenções. Infelizmente, é a segunda vez que passamos por algo tão doloroso e catastrófico em tão pouco tempo”, reforça o Administrador.

Diante das palavras do presidente, fica registrado o consternamento do CRA-RJ pela tragédia do dia 25 de janeiro de 2019 e também a esperança de que melhores decisões sejam tomadas a partir de agora. O Conselho está sempre disponível para consultas e auxílio aos profissionais da Administração que necessitem de ajuda para este e qualquer outro tipo de planejamento ou análise de projetos.

Leia o pronunciamento completo aqui.