A Covid-19 trouxe inúmeros obstáculos para a área da saúde numa escala global. Profissionais, que já lidam diariamente com uma rotina exaustiva, se depararam com um cenário ainda mais complexo, cheio de incertezas e com um aumento de demanda para um sistema de saúde drasticamente impactado. Um desafio inimaginável para os gestores do setor.
Desenvolver planos concebíveis para o enfrentamento da pandemia, garantindo a infraestrutura necessária para os profissionais, assegurando-lhes equipamentos de proteção Individual (EPI), condições de trabalho adequadas e treinamento, abastecimento da unidade de saúde com insumos mesmo em meio ao caos instalado pela situação adversa são atualmente atividades primordiais para os gestores da saúde pública e privada.
Com isso, a pressão que já existia numa rotina hospitalar chegou ao seu extremo gerando um esgotamento físico e mental dos profissionais de saúde. Mais um desafio para os gestores: como garantir a saúde, a motivação e o engajamento dos colaboradores?
Para a Adm. Rita Garcia, coordenadora da Comissão Especial em Administração de Serviços de Saúde do CRA-RJ, o gestor de saúde precisa compreender e gerenciar os profissionais que atuam naquele local.
“Ser gestor neste momento tão peculiar que vivemos se torna ainda mais desafiador. Devemos ter em mente que o sucesso do atendimento depende de uma organização administrativa alinhada às necessidades assistenciais. É com o trabalho de equipes multiprofissionais que se busca a excelência no atendimento”, enfatizou a Administradora.
Síndrome de Burnout
Segundo dados da Associação Internacional de Gestão do Estresse (International Stress Management Association), antes da pandemia, a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, atingia cerca de 33 milhões de trabalhadores brasileiros, em sua maioria profissionais da área da saúde. Esse número é ainda maior hoje, por isso, o gestor precisa ficar realmente atento aos seus colaboradores.
“O profissional se sente no seu limite, físico e/ou emocional, apresentando-se extremamente cansado, desmotivado e esgotado. Neste sentido, cabe ao gestor fornecer ambientes favoráveis com condições de trabalho seguras, além de apoio e suporte para que ele se sinta acolhido, motivado e reconhecido pelos gestores”, concluiu a Adm. Rita Garcia.
No artigo “Síndrome de Burnout: o meu testemunho”, disponível no Espaço Opinião do CRA-RJ, o Adm. Wagner Siqueira relata a sua experiência com a enfermidade. Ele também fala o quanto ela pode influenciar a vida do colaborador e das organizações no programa Ponto de Vista “O perigo da Síndrome de Burnout”, disponível na CRA-RJ Play.
Por Gleici Monteiro
Sob supervisão de Érika dos Anjos