Jovens conseguem e perdem emprego com facilidade, diz Ipea

Em estudo sobre o mercado de trabalho brasileiro, divulgado nesta quarta-feira (4), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que as dificuldades dos jovens para conseguir emprego não são maiores que as dos mais velhos. A taxa de contratação (razão entre o número de contratações e o estoque médio de trabalhadores) é o dobro para os jovens do que para os adultos.
Segundo o Ipea, a média de 92,6% da taxa para os jovens mostra que, para cada dez jovens empregados num determinado ano, nove foram contratados ao longo daquele ano. A mesma média para adultos fica em 42,8%.

“Os trabalhadores jovens não parecem enfrentar fortes barreiras à entrada no mercado de trabalho formal no Brasil. No entanto, embora os trabalhos sejam relativamente fáceis de se obter, também são mais arriscados de perder”, diz a pesquisa.

Ainda de acordo com o Ipea, os trabalhadores jovens e os mais velhos não competem pelos mesmos postos de trabalho. O grau de substituição é bastante baixo entre trabalhadores jovens e adultos: em média, 4%, nunca ultrapassando 5%.
Os desligamentos voluntários são mais frequentes para trabalhadores jovens do que para adultos, afirma o estudo. As demissões, não os motivados por parte dos trabalhadores, são a razão mais importante para a separação de ambos os grupos etários. As demissões por parte das firmas são mais relevantes como causa de separação para os adultos do que para os jovens trabalhadores. Em compensação, desligamentos relacionados a término de contratos temporários são mais frequentes entre os jovens.
Segundo o estudo, a probabilidade de continuar desempregado após um determinado período de tempo é sempre maior para os jovens que nunca trabalharam anteriormente do que para os outros grupos. Após 60 meses, as chances de jovens em busca do primeiro emprego ainda se encontrarem desempregados é de 34%. Para os jovens que já trabalharam anteriormente, essa probabilidade é de 17%, enquanto para os indivíduos com idade entre 25 e 60 anos a probabilidade estimada de permanecer desempregado é de 18%.

Para ler mais sobre o assunto, acesse o site do G1.