A conferência nacional “A nova era do empreendedorismo e da inovação” foi coordenada pelo presidente do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro, Adm. Wagner Siqueira, durante o XIII Fórum Internacional de Administração e IX Congresso Mundial de Administração, na última quinta-feira (dia 31). O conferencista do painel foi o professor mineiro Rivadávia Corrêa.
Na abertura da palestra, o presidente do CRA-RJ falou sobre a formação e a qualificação do Administrador para atuar como empreendedor.
“Precisamos aprimorar a formação desse profissional, para que ele saia da graduação conseguindo ter boas ideias e sendo capaz de desenvolvê-las no mercado. Ele não pode ser treinado para ser apenas um colaborador”, descreveu.
De acordo com o Adm. Wagner Siqueira as tecnologias e inovações não podem ser usadas para mascarar práticas antiquadas e ultrapassadas.
“Com o desenvolvimento dos processos tecnológicos, as organizações tem desperdiçado inúmeros talentos. Sem perceber que aqueles profissionais poderiam ser capazes de levar a empresa até o topo”, explicou ele.
Em sua apresentação, o palestrante Rivadávia Corrêa falou sobre a existência dos colapsos sociais e o impacto de elementos inovadores na sociedade. Segundo ele, os empreendedores devem ser capazes de desenvolver práticas que “desafiem a sabedoria convencional”.
Corrêa citou como exemplo o sistema de crédito para indivíduos de baixa renda e explicou que devido aos fatores relacionados à inovação, esse tipo de ideia se perpetua no mercado.
“É possível criar lucro social, com lucro organizacional”, destacou.
Porém, ele argumenta que inovar e ensinar sobre inovação é tarefa árdua, já que alguns elementos dificultam essa atuação.
“A maioria das pessoas é arrogante e acha que sabe tudo. Ter uma dessas pessoas liderando uma equipe, dentro das organizações, é um dos principais problemas para a inovação no Brasil”, avaliou Rivadávia Corrêa.
O segundo ponto destacado pelo conferencista diz respeito à definição de inovação.
“Existe uma confusão entre o que é inovação, invenção e criatividade”, ressaltou Rivadávia, afirmando ainda que essa confusão dificulta o investimento no setor:
“Não é preciso uma inovação radical. Boa parte dos recursos destinados às inovações são usados para incrementar projetos anteriores”, enumera.
Corrêa abordou também os riscos como elementos que dificultam o processo de inovação no Brasil.
“É preciso assumir riscos. Não tem como todos os problemas serem previstos”, explicou.
De acordo com o palestrante, o Brasil não tem a cultura de valorizar a inovação e a tecnologia.
“A falta de organizações fortes que invistam no setor e instituições de educação de qualidade em nosso país atuam como entraves para os processos de inovação”, avaliou.
Para completar a apresentação de Corrêa, o Adm. Wagner Siqueira falou sobre a mudança de comportamento, em nosso país.
“As pessoas são iguais em qualquer parte do mundo. A forma como conduzimos as situações cotidianas é o nos diferencia de outras organizações”, concluiu o presidente do CRA-RJ.